domingo, 26 de junho de 2016

Avançado polaco Lewandowski fratura metatarso

O avançado Robert Lewandowski, a maior figura da seleção da Polónia, fraturou um metatarso no jogo de sábado com a Suíça, mas deverá estar em condições de defrontar Portugal.

Em conferência de imprensa, o fisioterapeuta da seleção polaca, Jacek Jaroszewski, esclareceu que o goleador do Bayern de Munique sofreu uma entrada mais dura no jogo com os suíços, que os polacos venceram nas grandes penalidades, e que já iniciou os tratamentos a fim de estar apto para o embate com Portugal, na próxima quinta-feira.

"Robert [Lewandowski] sofreu uma fratura num metatarso. Já está em tratamentos. Gostaria de tranquilizar toda a gente, pois deverá estar em condições de defrontar Portugal", disse Jaroszewski.

Ainda segunda o fisioterapeuta, Arkadiusz Milik é outro jogador com problemas físicos, depois de ter sofrido um entorse num tornozelo. Mas, tal como Lewandovski, deverá estar em condições de jogar contra Portugal.

O jogo entre Portugal e Polónia está marcado para quinta-feira, em Marselha.

Fonte: jn


Foto: reuters

Este Portugal é “nojento”, escrevem os franceses


Jornal francês faz duras críticas à exibição da seleção nacional frente à Croácia
 
"Este Portugal é nojento, mas está nos quartos de final." É este o título que o jornal francês20 minutes dá à sua crónica sobre a vitória da seleção nacional sobre a Croácia, por 1-0.
O facto de só ao 117.º minuto Portugal ter conseguido rematar à baliza croata, bem como a fase de grupos sem qualquer vitória, estão na base das críticas.

"Três empates e uma vitória no prolongamento graças ao único remate à baliza. Não estamos a falar do Trélissac [equipa da terceira divisão francesa] na Taça de França, mas sim de Portugal neste Europeu", escreve o jornal.

"Sem mostrar grande coisa, sem brilhar e sem garra contra Islândia (1-1), Áustria (0-0), Hungria (3-3) e agora a Croácia (1-0) nos oitavos de final, a seleção provou é que possível chegar aos quartos de final ao jogar de forma bem nojenta", critica a publicação.

Fonte: dn
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NB: Enviem-nos as notícias das vossas localidades, os vossos eventos, com textos em Word e imagens em JPG para editorlitoralcentro@gmail.com serão de imediato divulgadas.


J. Carlos

Furtaram câmara e esfaquearam vigilante da Decathlon de Aveiro

Dois indivíduos que tinham roubado um BMW no Porto atacaram loja de desporto. Um deles correu pela autoestrada 25 mas foi apanhado pela PSP.

Um vigilante da loja de desporto Decathlon de Aveiro foi sábado de manhã ferido por dois assaltantes, que intercetou no parque de estacionamento da empresa.

Segundo apurou o JN, o segurança, de 33 anos, residente na zona de Vagos, foi atacado com uma arma branca, tendo sofrido dois cortes ligeiros na cabeça e no ombro, além de hematomas, e foi assistido na urgência do Hospital de Aveiro. Já teve alta e encontra-se bem, revelou a Decathlon, em comunicado.


Fonte: jn/Foto

Portugueses atacados nos transportes públicos em Londres

Os incidentes aconteceram na última quinta e sexta-feira. Dois portugueses foram insultados e alvo de tentativa de agressão no metro de Londres.

Anabela Sousa, que chegou à capital britânica há três anos, conta que num dos casos "cuspiram-lhe e acho que tentaram agredi-la. (..) A polícia já está alertada (...), mas até agora não fizeram nada." Esta emigrante portuguesa confessa que até agora, não tinha "medo de nada, mas vai começar a ter".

Receosos dos efeitos do Brexit, um grupo de emigrantes portugueses reuniu-se este sábado, na biblioteca de Lambeth, em Londres.

Do encontro, nasceu a ideia de um sítio na Internet, que vai recolher informação e tentar responder às dúvidas e angústias da comunidade portuguesa.

Fonte: TSF
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J. Carlos

Colheita de sangue dia 29 de Junho na Sede da ADASCA, entre as 16 horas e as 20 horas em Aveiro


Quem tiver a possibilidade de comparecer sinta-se bem-vindo até ao Posto Fixo, localizado no Mercado Municipal de Santiago, 1º. Piso, Rua de Ovar, relativamente próximo da rotunda do Jumbo vs Glicínias.

Para quem pretende doar sangue pela primeira vez, deve ter idade compreendida entre os 18 e os 60 anos, podendo ir até aos 65 anos no caso de se tratar de dador regular.

Convém que os interessados em aderir se façam acompanhar do Cartão de Cidadão ou do Cartão Nacional de Dador de Sangue, por forma facilitar a inscrição junto do administrativo do IPST.

Lembramos que a isenção das taxas moderadoras além dos centros de saúde, já foi reposta nos hospitais públicos, tendo entrado em vigor no dia 30 de Março, sendo necessário ter efectuar duas dádivas durante o espaço de 365 dias e, de seguida validar as mesmas junto do centro de saúde da área de residência, caso este procedimento não seja feito, a dádiva fica sem efeito para poder beneficiar das respectivas isenções, na medida em que a verificação é feita através do número do Utentes | SNS.

Após a dádiva, os dadores devem ter o cuidado de solicitar a declaração junto do administrativo, caso não o façam vão sentir a necessidade de a requer posteriormente, o que leva algum tempo, podendo criar alguns incómodos.

As datas para o mês de Julho podem ser consultadas através do link indicado abaixo, no espaço agenda.
 
J. Carlos




Macau como ponte entre China e lusofonia tem "toda a lógica" mas é pouco eficaz - especialistas

Macau, China, 26 jun (Lusa) - O primeiro Plano Quinquenal de Macau (2016-2020) afirma que o papel da cidade como ponte entre a China e a lusofonia, definido por Pequim em 2003, entrará numa "nova etapa", mas persistem dúvidas sobre a eficácia desta missão.

Especialistas ouvidos pela Lusa questionam o peso da intervenção de Macau, por exemplo, nas relações económicas mais importantes entre a China e os países da lusofonia.

"O Brasil nunca irá discutir a Macau os problemas da construção aeronáutica espacial, parece-me evidente. E Angola nunca virá a Macau discutir a exportação de petróleo", ilustra o economista José Isacc Duarte, residente em Macau.

Também Émilie Tran, investigadora da Universidade de São José (de Macau) e autora de um estudo sobre a importância dos seminários organizados pelo Fórum Macau como instrumento diplomático da China, alerta que, apesar de "muito ter acontecido" entre a China e os países lusófonos como grupo, "muito mais tem acontecido ao nível bilateral" com os grandes parceiros. É o caso do Brasil, "para quem o Fórum não é assim tão importante e que lida diretamente com Pequim", afirma.

Foi em 2003 que Pequim definiu Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos e criou o Fórum Macau.

Também o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) se debruça sobre as relações com os países de língua portuguesa e irá criar este ano um "departamento específico" dedicado a este fim.

Por outro lado, foi criada recentemente a Comissão para o Desenvolvimento da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, presidida pelo chefe do Governo de Macau, cuja secretaria-geral está a cargo do IPIM.

Segundo o Plano Quinquenal, em consulta pública até esta semana, a comissão "tem como missão estudar e elaborar as medidas e as políticas necessárias à promoção da construção desta plataforma".

O IPIM salientou, numa resposta escrita à Lusa, que a comissão "vai conduzir investigação relacionada com a política da Plataforma e intensificar a formação e trocas culturais e comércio entre a China e os países de língua portuguesa, além de disponibilizar assistência e serviços de consultadoria às partes envolvidas em tradução/interpretação e noutras matérias relacionadas com língua, finanças, assuntos legais e gestão".

A comissão, defende o IPIM, vai permitir a Macau "utilizar plenamente as suas vantagens especiais, impulsionando o seu papel como plataforma e desenvolvendo uma forte colaboração entre a China e os países de língua portuguesa".

"O Fórum foi criado em 2003. Ao fim de 13 anos de atividade o chefe do Executivo cria uma comissão presidida por ele próprio para definir qual é a atividade a desenvolver. É preciso dizer mais", questiona José Isacc Duarte.

O economista considera que a ideia de Macau fazer esta intermediação "tem muito interesse e em potência tem toda a lógica", no entanto, "na prática", tem "dificuldade em ganhar tração".

"As relações da China com os países de língua portuguesa têm crescido, sim, mas não são tão centrais, digamos, como as com o G7 e outras organizações multilaterais", contextualiza, por seu turno, Émilie Tran.

Para a investigadora, o Fórum Macau tem conseguido "conquistar os corações" dos participantes dos países lusófonos através seus seminários, contribuindo para promover uma imagem positiva sobre a China, mas tal não significa que "já não haja dúvidas ou suspeitas sobre as verdadeiras intenções da China".

A agência Lusa contactou o Fórum Macau para a realização de uma entrevista, mas tal não foi possível.

As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa têm vindo a cair: em 2015, desceram 25,73%, atingindo 98,47 mil milhões de dólares, a primeira queda desde 2009. Os dados mais recentes deste ano apontam para uma queda de 23,03% no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo de 2015.

ISG // MP/VM

A MUDANÇA EDUCATIVA EM TIMOR-LESTE – XXVI ENCONTRO DA AULP - 29 junho em Díli

No XXVI Encontro da AULP deve discutir-se a deontologia pedagógica e a mudança educativa em Timor-Leste 

O professor é um dos maiores trunfos da escola e está presente em todos os discursos sobre educação. Independentemente das razões, sejam elas boas ou más, em contexto educacional fala-se sempre do professor.
  
Estas constatações levam-nos à problemática da ética e da deontologia da função docente, e arrastam-nos para o questionamento sobre os conhecimentos e as competências destes profissionais da educação que são determinantes para o desenvolvimento e a dignificação da profissão.  

Em ambas as situações (ética e deontologia do professor; conhecimentos, competências e desenvolvimento profissional) estamos perante questões actuais da maior relevância porque para além do currículo da formação de professores ter múltiplas influências sociais, culturais, políticas e económicas, são notórias e preocupantes as divergências e contradições entre discursos e práticas.  

O Partido Socialista de Timor (PST), um partido político preocupado com as pessoas e com o seu desenvolvimento, gosta de discutir e analisar questões sobre educação. Assim, num momento em que se aproxima o XXVI Encontro da AULP – Associação das Universidades de Língua Portuguesa a realizar em Díli no final do corrente mês, na expectativa de estimular um pensamento crítico em torno da prática deontológica e da formação de professores em Timor-Leste para uma mudança educativa, decidi revisitar e adaptar um texto da minha autoria, escrito há sete anos, publicado no Jornal de Angola, e que também integra uma obra da minha autoria intitulada “Reflexões sobre Educação”. 

Irei partilhar alguns pensamentos mediante a inclusão de conteúdos e referências que possam ser suficientemente esclarecedores dessa finalidade, começando em primeiro lugar pela abordagem de aspectos específicos da ética e da deontologia dos professores. Em seguida, referir-me-ei a estudos internacionais que tratam a problemática inerente ao tipo de conhecimentos obrigatórios para quem deseja exercer a docência, bem como, às competências e ao desenvolvimento profissional desta classe profissional. Por último, em jeito de síntese, farei algumas recomendações aos professores em início de carreira.  

Para enriquecimento da exposição considerei fundamental uma breve revisão de literatura, tendo consultado obras de Reis Monteiro (professor da Universidade de Lisboa), Andy Hargreaves (professor em Administração Educacional no “Centre for Leadership Development do Ontário Institute for Studies in Education”), Carlos Garcia (professor da Universidade de Sevilha), Christopher Day (professor de Educação e Director-Coordenador do “Centre for Teachers and School Development na Universidade de Nottingham”), José Pacheco e Maria Flores (professores da Universidade do Minho) e Michael Fullan (professor da Faculdade de Educação da Universidade de Toronto). 

Como se depreendeu das minhas palavras introdutórias entendo que em qualquer profissão deve existir uma componente ética e deontológica. No campo da educação, como está em causa a pessoa humana, por força de razão, o professor tem que valorizar a dimensão axiológica (filosofia da ética e dos valores). Esta vertente relacionada com a
ética e a deontologia do professor foi objecto de um estudo muito interessante realizado por Monteiro (s.d.).  

Segundo este investigador em educação, o professor tem deveres profissionais «para com o educando», nomeadamente, «não abusar do poder e posição que lhe confere a sua função nem desviá-los dos seus fins (designadamente pela sua comercialização), ser incessantemente competente, respeitar a dignidade, liberdade e diferença (cultural, social e pessoal) de cada educando, sem discriminação alguma, tratando-o sempre como sujeito dos seus direitos e nunca como objecto a moldar à imagem e semelhança dos adultos e da sociedade, ou seja, o professor deve respeitar a privacidade de cada educando, e o seu direito ao silêncio, e guardar sigilo sobre informações confidenciais obtidas na sua relação com os educandos (numa base de confiança), excepto por razões profissionais ou imposição legal». 

Mas, também, permitir e estimular o exercício dos direitos do educando para «promover o desenvolvimento da sua autonomia e responsabilidade, respeitar o direito do educando ao erro (no seu aprender a ser, a conhecer e a fazer), confiar no educando e nas suas possibilidades de ser mais e melhor, ser imparcial, objectivo e aberto à diversidade e ao possível, não impor convicções e opiniões, antes reservar as suas posições mais pessoais, sempre que recomendável, e não ostentar emblemas de qualquer filiação ideológica ou crença, excepto quando for óbvio, notório ou público» (Monteiro, s.d.). 

Na mesma linha de raciocínio, defende o mesmo autor, o professor «deve ser justo, compreensivo e bondoso nos seus juízos e decisões, nomeadamente na avaliação do trabalho dos educandos e no julgamento e sanção das suas infracções disciplinares, não deve aceitar presentes individuais ou colectivos que possam ter como intenção tácita ou como efeito a obtenção de favorecimentos ou ser assim publicamente interpretados, e deve estar “sempre” do lado do educando, designadamente em situações de conflito de deveres e defender a escola pública como instituição democrática para satisfação do direito à educação». 

Os deveres profissionais do professor não se devem restringir aos educandos, devendo ser estendidos aos colegas. O autor já citado tem um pensamento, segundo o qual, qualquer professor deve respeitar as competências, opiniões e trabalho dos colegas e manifestar solidariedade com colegas vítimas de injustiça ou em caso de dificuldades. 

Por outro lado, em relação à profissão, como também preconiza Monteiro, o professor deve cultivar uma elevada concepção da profissão, dignificando a profissão durante e fora do seu exercício, e protegendo a profissão do seu exercício incompetente ou indigno para com a entidade profissional, mostrando competência, dedicação e cooperação crítica, sendo certo que esta postura desejável do professor deve fazer-se sentir também em relação aos pais e encarregados de educação, através da prestação de informações de vária índole, promovendo o diálogo e nunca ter um comportamento em relação às famílias de desautorização pública. 

No que diz respeito à formação de professores, e em concreto para reflectir sobre os tipos de conhecimento praticamente obrigatórios para que o professor cumpra as suas funções educativas com sucesso, decidi “inspirar-me” nas opiniões do autor espanhol (Garcia, 1999) e de dois portugueses (Pacheco e Flores, 1999) que, por sua vez, se basearam em outros autores, nomeadamente, nos estudos de Carlsen (1987), Shulman (1987), Ball (1989), Sockett (1989), Grossman (1990) e Reynolds (1991).  

Segundo estes investigadores, referências obrigatórias em contexto de educação, os tipos de conhecimento a destacar no âmbito da formação de professores devem incluir o «conhecimento psico-pedagógico», o «conhecimento do conteúdo», o «conhecimento didáctico do conteúdo» e o «conhecimento do contexto». 

O «conhecimento psico-pedagógico» relaciona-se com o processo de ensinoaprendizagem (técnicas didácticas, avaliação, etc.), com as teorias do desenvolvimento humano, com a história, sociologia e filosofia da educação, com normativos, etc.
  
O «conhecimento do conteúdo», como a própria expressão indica, é relativo aos conhecimentos, conceitos, definições, etc., mas também aos paradigmas de investigação em cada unidade curricular. O «conhecimento didáctico do conteúdo» faz a combinação entre o conhecimento da matéria a ensinar e o conhecimento pedagógico e didáctico de como a ensinar.  

Repare-se que este tipo de conhecimento (didáctico do conteúdo), principalmente para a investigação em educação assume importância crescente porque conduz-nos à análise e à reflexão em torno de questões como as crenças, atitudes, etc., muito valorizadas no nosso País, e que de certa forma pode ajudar a melhor compreender a tese de que os professores têm temas preferidos e outros de que não gostam de ensinar, uma problemática muito interessante que nos transportaria para o domínio do “currículo oculto” ou “currículo nulo” (aquilo que não se ensina) temáticas muito trabalhadas pelo pedagogo brasileiro Tadeu da Silva.  

Por último, e não menos importante, temos o «conhecimento do contexto» que nos remete para os aspectos ligados às características sociais e culturais da escola e do meio envolvente, nomeadamente conhecimentos sobre os alunos e respectivas famílias, uma preocupação que deve merecer a melhor atenção dos profissionais da educação timorenses devido ao facto de existirem muitas tradições seculares que devem ser mantidas e estudadas. 

Ora bem, os quatro tipos de conhecimento descritos são fundamentais para a competência profissional do professor, mas, até pela dinâmica de tudo o que nos rodeia, é bom não esquecer, há sempre que considerar outras dimensões importantes para que o nosso professor obtenha e desenvolva competências necessárias, à gestão de conflitos, à concepção, execução e avaliação do projecto educativo de escola, e ao diálogo com os chefes de suco / aldeias, pais e encarregados de educação, etc. 
 
Sobre a identificação de competências consideradas imprescindíveis ao exercício da actividade docente, Garcia (1999), baseado em estudos de Lynch (1989), autor que deve ser sempre citado no âmbito do debate sobre formação de professores, destaca algumas competências fundamentais para os professores que não resisto em compartilhar. Por um lado, defende a tese de que o professor «deve desenvolver a integridade intelectual na recolha, utilização e avaliação de uma variedade de evidências como base para o desenvolvimento de juízos». Por outra parte, destaca a importância do professor «desenvolver a competência visual, linguística, estética e imaginativa como base para o diálogo e o discurso em contexto de diversidade intercultural».

Os resultados dos estudos de Lynch são de importância extraordinária porque sugerem que o professor deve desenvolver a sua capacidade de análise política global e de competências práticas tais como a comunicação, resolução de problemas e solução de conflitos, como opina Garcia, para reforçar «o desenvolvimento de valores e atitudes clarificados e reflexivos e suas aplicações como critério para tomar decisões equilibradas e sensíveis». 

Nesta mesma linha de raciocínio do autor, um aspecto muito importante, corolário e exemplificativo do que já referi, passa pela necessidade do professor desenvolver a reflexividade crítica «em relação às imagens dos países considerados subdesenvolvidos e mostradas pelos meios de comunicação social, desenvolvendo competências de tomada de decisões colaborativas e participativas», e acrescento eu, em todas as questões análogas onde se justifica a análise e o pensamento crítico, com intervenção política e social. 

A discussão educacional que proponho nesta reflexão, estrategicamente, dá relevância à deontologia pedagógica e aos tipos de conhecimentos e competências a ter em conta na formação de professores, porquanto, para além de serem assuntos obviamente importantes para o bom exercício da função docente, na minha opinião, também é uma forma eficaz dos professores se “defenderem” das críticas das famílias e da sociedade em geral.  

É minha convicção, se atribuirmos relevância à deontologia pedagógica, as famílias e a sociedade em geral passarão a olhar para o professor como um profissional competente que valoriza a ética e a deontologia pedagógica, e que ao longo de toda a carreira tudo fazem para apostar na renovação e mudança dos seus conhecimentos, no desenvolvimento de competências, na inovação no âmbito do processo de ensinoaprendizagem, portanto, na prática da «reflexão na acção, pela e sobre a acção» (Fullan e Hargreaves, 2001). 
 
Todas estas considerações parecem-me pacíficas e aceitáveis, contudo, apesar de sabermos que em grande parte «o êxito do desenvolvimento da escola depende do êxito do desenvolvimento do professor» (Day, 2001), é bom que todos nós, em particular o Ministério da Educação timorense, tenha consciência de que só haverá uma mudança educativa num quadro de responsabilidade partilhada, onde se incluem professores, família, escola, sociedade em geral e governo. 

Na opinião do Partido Socialista de Timor, estas e outras questões afins, devem ser abordadas com seriedade e determinação pelos governantes do nosso País e pelos académicos timorenses que irão estar presentes no XXVI Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), a ter lugar no Centro de Convenções, no próximo dia 29 de Junho, em Díli.  

Díli, 25 de Junho de 2016. 

M. Azancot de Menezes (Secretário-Geral do PST)

Portugal. VEXAME E MORTE NO TRABALHO

Carvalho da Silva* – Jornal de Notícias, opinião

A vida de um ser humano não pode valer menos no trabalho do que fora dele: o direito à segurança, à proteção do corpo e integridade do indivíduo, à dignidade, à saúde e à vida não podem ficar à porta das empresas e serviços, privados ou públicos. Trata-se de direitos humanos no trabalho.

Através de órgãos de comunicação social como o JN, de posições públicas da CGTP-IN e de partidos políticos da Esquerda, bem como de intervenções de instituições, tomamos conhecimento da ocorrência de graves acidentes de trabalho nas últimas semanas, que causaram mortes e feridos graves, de situações de tratamento indigno de trabalhadores, do aumento de casos de assédio moral e de doenças profissionais.

Muitas notícias sobre os acidentes de trabalho são superficiais; raramente são feitos com sensibilidade os retratos sociais dos seres humanos atingidos, da sua identidade pessoal e familiar, das relações sociais e papéis que partilhavam na comunidade. Este "esconder" do que no plano humano é mais valioso aligeira a observação que se pode fazer sobre o problema.

Os acidentes de trabalho não são inevitabilidades. Ninguém ignora que há perigos no trabalho, mas se houvesse cumprimento de regras de segurança, formação adequada dos trabalhadores, políticas de prevenção de riscos profissionais, combate sério à precariedade e a longos horários de trabalho, travões na ganância desmedida de patrões e na constante ladainha de que a "competitividade" depende da redução dos custos de trabalho, muitas mortes e sinistrados se podiam evitar e as doenças profissionais seriam reduzidas com grandes vantagens, até económicas, para a sociedade. Políticas de exploração desenfreada e de empobrecimento só podem gerar mais riscos, mais situações de rutura e miséria.

Condições indignas de alojamento de trabalhadores, o não pagamento de salários contratuais, a catalogação de processos de despedimento como "rescisões amigáveis", são práticas geradoras de sofrimentos e vexames que não podem ter lugar num Estado de direito. O assédio moral - tema em oportuno debate público, designadamente em decorrência de iniciativa legislativa do BE e do lançamento de uma campanha da CGTP-IN - prolifera no mundo do trabalho português. Patrões e chefias que perpetram ou permitem práticas intimidatórias de desestabilização, de hostilidade e degradação de relações, que levam os trabalhadores a desistirem do seu emprego ou a subjugarem-se de forma humilhante, devem ser responsabilizados por assédio moral, verdadeira tortura psicológica e fonte de doenças diversas. O direito dos trabalhadores a exigirem o cumprimento geral dos seus direitos, o exercício do direito à gravidez, à maternidade e à paternidade são direitos inalienáveis.

O trabalho pode ser menos sofrimento, mais espaço de dignidade, de realização, e forte ancoradouro do desenvolvimento. Para isso é necessário: i) colocar na agenda política estes temas e sobre eles consciencializar a sociedade; ii) os governantes acabarem com os discursos de promoção dos baixos salários, da flexibilização e desregulação laborais; iii) responsabilizar as grandes empresas e grupos económicos, que espremem as pequenas e se escondem atrás de complexas cadeias de contratações e subcontratações; iv) combater com coerência as precariedades e as novas praças de jorna; v) garantir liberdade de organização aos trabalhadores, o exercício da atividade sindical e a efetividade da negociação coletiva; vi) assegurar serviços de saúde e segurança nos locais de trabalho, e articular a ação dos médicos e enfermeiros do trabalho com a de outras áreas da saúde; vii) tornar mais eficaz a ação inspetiva e de fiscalização; viii na comunicação social, abordar-se com mais profundidade e consciência social os problemas do trabalho, em particular os que tocam profundamente a dignidade, a integridade, a saúde e a vida.

A sociedade portuguesa não deve condescender perante estes vexames e atentados à dignidade e à vida de quem trabalha: por uma questão de valores e de justiça, mas também porque jamais seremos uma sociedade desenvolvida e moderna se não formos capazes de os combater com êxito.

*Investigador e professor universitário

Eleições Espanha. "A história não pode parar e fomos chamados a governar", diz líder do Podemos

Pablo Iglesias manifestou-se hoje confiante na vitória nas legislativas em Espanha e voltou a estender a mão ao PSOE para tirar do governo "Mariano Rajoy e as suas políticas".

Em declarações aos jornalistas depois de exercer o seu direito de voto no instituto Tirso de Molina, no bairro madrileno de Vallecas, Iglesias reiterou que se está a consolidar "uma nova transição" em Espanha e que esta noite as eleições vão colocar o país numa nova direção.

"Vamos ganhar, mas, em qualquer caso, mantenho a mão estendida ao Partido Socialista" Operário Espanhol (PSOE), afirmou o líder do Unidos Podemos, sublinhando que "ninguém quer" a realização de terceiras eleições.

O candidato do Unidos Podemos afirmou ainda que "o que convém" a Espanha é um governo de coligação entre o Unidos Podemos e o PSOE, que consiga "tirar Mariano Rajoy e as suas políticas da Moncloa", a sede do Governo espanhol. "A história não pode parar e fomos chamados a governar", afirmou.

Iglesias manifestou-se finalmente "muito tranquilo" em relação aos resultados que serão conhecidos esta noite, considerando que os eleitores "não acreditam no apelo ao medo", porque sabem que querem "um governo sério e responsável".

Desde as eleições de 20 de dezembro, os partidos políticos foram incapazes de chegar a acordo para assumir as responsabilidades governativas.

TSF - Na foto: Pablo Iglesias, líder do Unidos Podemos / Andrea Comas /Reuters

Las grabaciones al ministro del Interior y el 'brexit' cambian el ritmo de las elecciones generales

Las grabaciones difundidas por este diario rompieron el ritmo de la campaña del PP, con todos los partidos pidiendo el cese del ministro, al tiempo que los partidos nacionalistas, ERC y CDC, reorientaron su estrategia con mayor dureza contra el Gobierno.

MADRID.- La decisión adoptada por los británicos en referéndum el pasado jueves de salir de la UE, el llamado 'brexit', ha tapado el final de la campaña electoral para las generales que había venido marcada por el debate de los pactos postelectorales, la petición del 'voto útil' y, en la recta final, por las grabaciones del ministro del Interior, Jorge Fernández Díaz. El 'brexit' era una posibilidad real, pero sus consecuencias apenas se abordaron en estos quince días. Sin embargo, el resultado del referéndum en Reino Unido marcó el colofón de la campaña obligando a los partidos a reconducir sus mensajes en el último día..

Sin embargo, las grabaciones realizadas al ministro del Interior en su despacho en dos reuniones que mantuvo con el jefe de la Oficina antifraude catalana (Oac), Daniel de Alfonso, en las que hablaban sobre la investigación de casos de corrupción contra ERC y CDC, difundidas en exclusiva por Público, han sido el detonante que ha marcado los últimos pasos de la campaña del PP, con todos los partidos pidiendo el cese del ministro.

PP, a por la 'concentración' del voto

Desde el primer día de campaña, los conservadores se centraron en aglutinar el voto de centro derecha y en 'polarizar' la campaña presentándose como la "moderación" y el único muro de contención frente a la "radicalidad" de Podemos, conscientes de que aunque las encuestas les dan ganadores, la división del voto con Ciudadanos les perjudica y favorece al partido de Pablo Iglesias.

Por ello, en la última semana reforzaron este mensaje apelando continuamente a "concentrar" los apoyos pidiendo el "voto útil", sobre todo en 28 provincias en las que creen que los 633.000 votos que tuvo C's el 20D sólo sirvieron para que Podemos o el PSOE tuvieran más escaños.

Pero esta campaña de los conservadores se 'rompió' por la publicación, el pasado miércoles, de las grabaciones del ministro del Interior con el director de la Oac, ofrecidas en exclusiva por Público. El PP se vio obligado a dar explicaciones y contraatacó acusando a los rivales de "querer sacar tajada" con una "grabación ilegal", al tiempo que avisaba de que si se legitiman "métodos mafiosos" España va a un "Estado sin libertades".

En cuanto a los pactos postelectorales y frente a la posibilidad de un acuerdo entre Iglesias y Sánchez, que no descartan en Génova si el PSOE queda como segunda fuerza, Rajoy ha insistido en el "derecho a gobernar" de la lista más votada tratando de superar los "vetos" que se lo impidieron tras el 20D. Pero a la vez ha ofrecido la "gran coalición" al PSOE y a C's.

PSOE, reitera el 'no' al referéndum catalán tras el brexit

El PSOE salió a recuperar parte del voto que se fue a Podemos el 20D, pero sin plantear una campaña frontal contra la formación morada por la hegemonía de la izquierda, a pesar del empuje de ésta que han reflejado las encuestas y que situaban a los socialistas como tercera fuerza.

Pedro Sánchez, marcado por el debate 'a cuatro' --en el que los sondeos le daban como perdedor-- se vio obligado a defender el 'espacio' y las 'señas de identidad' de su partido, después de que Pablo Iglesias tratara de arrebatárselos arrogándose la herencia de la "socialdemocracia".

Sin embargo, en la última semana de campaña, Pedro Sánchez endureció los ataques a Iglesias a quien acusó de ser una "pseudoizquierda" por anteponer el derecho de autodeterminación y de "manosear" las ideologías. En la recta final y en respuesta al 'brexit', el candidato socialista rechazó de plano el referéndum en Catalunya y repartió culpas de lo ocurrido en Reino Unido entre la "derecha irresponsable" y el "populismo".

El objetivo de Sánchez es lograr más escaños que Iglesias para poder negociar con ventaja un acuerdo postelectoral. De hecho, el candidato socialista, sabedor de que sigue siendo la llave para poder llegar a un acuerdo de Gobierno, no ha querido desvelar con quién pactará a pesar de los reiterados intentos que ha hecho Iglesias. Lo que sí ha dejado claro es que no facilitará un gobierno del PP, ni que el candidato de Podemos sea presidente.

Podemos, a por la primacía en la izquierda

Podemos se lanzó desde el primer día a lograr la primacía en la izquierda, buscando el voto de los indecisos para conseguir aumentar el número de representantes en el Congreso y dar el 'sorpasso' al PSOE, apropiándose de las señas de identidad tradicionales de los socialistas.

El partido de Iglesias diseñó un singular lema electoral, "La sonrisa de un país", en un rompedor programa electoral en forma de catálogo del IKEA, en el que aparecen los candidatos en escenas de la vida cotidiana, como las que realiza la mayor parte de los ciudadanos en sus casas.

Iglesias ha ido compaginando el ninguneo al PSOE con el lanzamiento de mensajes que caían como pequeñas 'bombas' entre los socialistas, rompiendo su estrategia de campaña. La primera, la afirmación de que Podemos es una fuerza 'socialdemócrata' y después, sus consultas a Zapatero y los buenos consejos que le da.

Ciudadanos busca hacerse hueco y ser decisivo

El partido de Albert Rivera, consciente de que la estrategia de 'polarización' de PP y Podemos le perjudica, encaró esta campaña con el objetivo de hacerse un hueco y tratar de ser decisivo en la formación de Gobierno. En esa estrategia se enmarcan su visita a Venezuela y los duros ataques a Pablo Iglesias y a Mariano Rajoy.

Tras unas encuestas que le han ido otorgando tan sólo una ligera subida, el candidato de C's endureció su mensaje contra el presidente en funciones, a quién ya en el debate 'a cuatro' atacó con los SMS a Luis Bárcenas y los casos de corrupción en el PP. Además, pasó parte de la campaña poniendo en duda la "autoridad moral" de Rajoy para repetir. No obstante, ha defendido que la lista más votada forme gobierno, pero ya avisa que pondrá"muchas condiciones".

Público / Europapress

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*** Con la cooperación y la cortesía de Arya Alvarez / PG

ELECCIONES GENERALES2016 EN ESPAÑA: ADIÓS AL ABSOLUTISMO

Un simple cambio en el método de atribución de escaños habría evitado casi todas las mayorías absolutas de la democracia sin impedir la gobernabilidad ni cambiar la Constitución

Carles Castro, Barcelona – La Vanguardia

El poder corrompe y el poder absoluto corrompe absolutamente. Sin llegar tan lejos, las mayorías absolutas son en buena parte las responsables de muchos de los vicios que aquejan a la democracia española y que han dinamitado el bipartidismo. Sólo el desinterés de populares y socialistas en modificar un sistema electoral que les beneficia, junto a la dificultad constitucional que plantea cualquier rediseño de las circunscripciones, explican la pervivencia de un modelo que penaliza letalmente a los medianos y pequeños partidos de ámbito estatal. Sin embargo, una simple sustitución del actual sistema de cálculo y adjudicación de escaños que figura en la ley electoral por otro más proporcional, impediría las asfixiantes mayorías absolutas sin dificultar la gobernabilidad.

Concretamente, el empleo desde 1977 de los sistemas Hare o Sainte-Laguë, en lugar del actual D’Hondt, se habría traducido en escenarios muy favorables al multipartidismo y habría brindado opciones de pacto más variadas que la tradicional muleta de los nacionalistas catalanes y vascos (ver gráficos adjuntos). Sólo en los comicios del 82, cuando el PSOE obtuvo una cifra de votos abrumadora, el partido ganador habría sumado la mayoría absoluta del Congreso (más corta, eso sí), con independencia del sistema empleado.

En cambio, la aplicación de las fórmulas Hare o Sainte-Laguë a los resultados del pasado 20 de diciembre habría propiciado un escenario más favorable a la formación de Gobierno al deshacer el empate entre centro derecha (163 diputados) e izquierda (161) que arrojaron aquellos comicios. En concreto, PP (105-107) y Ciudadanos (50-51) se moverían en una horquilla de 155-158 escaños, frente a los 167-169 que reunirían el PSOE (86), Podemos (75-73) e IU (8). Eso sí, la izquierda habría necesitado la abstención de los nacionalistas en la investidura.

En un plano más retrospectivo, la aplicación de fórmulas más proporcionales a los resultados que se han registrado desde 1986 habría facilitado la supervivencia de partidos bisagra (como el CDS) y habría promovido una cultura del pacto que tanto se ha echado en falta en la última y breve legislatura. Por ejemplo, en los comicios de hace treinta años y, sobre todo, en los de 1989, el partido ganador (el PSOE) habría quedado lejos de la mayoría absoluta pero habría contado con varios socios que elegir: IU, el CDS o diversas combinaciones de partidos nacionalistas. En ambas citas, los centristas de Adolfo Suárez habrían duplicado prácticamente su cosecha de escaños y eso les hubiese brindado un papel decisivo (y su eventual supervivencia, en lo que habría supuesto una formidable reescritura de la historia reciente).

Finalmente, las dos últimas mayorías absolutas registradas en España –la de Aznar en el 2000 y la de Rajoy en el 2011– no se habrían producido con alguna de las dos mencionadas fórmulas de cálculo. Eso sí, los dos presidentes del PP habrían podido gobernar sin problemas y con una notable variedad de socios nacionalistas, incluido (en el caso del 2011) un partido de ámbito estatal: la casi extinta UPyD de Rosa Díez.

Directo | La participación en las elecciones se sitúa en el 36,8% a las dos, casi idéntica al 20D - Más de 36,5 millones de personas están llamadas a votar en las elecciones generales del 26J.

*** Con la cooperación y la cortesía de Ángel Verdin / PG

ELEIÇÕES EM ESPANHA ESTÃO A DECORRER. SONDAGEM REFORÇA PARTIDO DE RAJOY


Sondagens em Espanha indicam que os eleitores espanhóis vão desfrutar de mais do mesmo quando pelas 21 horas de hoje se conhecerem os resultados eleitorais. 

À revelia da lei eleitoral um jornal da vizinha Andorra publica hoje um aumento de dois deputados para o partido de Rajoy – o que poderá contribuir para causar alguma diferença. Mesmo assim quase insignificante, se aos outros partidos mais votados não forem retirados deputados comparativamente às eleições anteriores. O aumento da abstenção pode ter uma última palavra se acaso ocorrer.

No jornal Público Sofia Lorena aborda a seu modo estas eleições espanholas. Mais prognósticos só no final do evento. Entretanto o PG vai procurar trazer aqui informação alternativa, tanto quanto possível. Quer de jornais espanhóis, quer de eleitores espanhóis amigos que se dispuseram a contribuir com informações e análises simples para o Página Global. Contamos que o prometido seja cumprido. (PG)

À segunda, vai dar novo empate que só as negociações vão desfazer

Seis meses depois, os espanhóis voltam a ser chamados a votar em legislativas. Os candidatos prometeram que é desta, mas ninguém explica como é que vai desbloquear um Congresso tão dividido como o que saiu das urnas em Dezembro.

Em teoria, os espanhóis podem continuar a votar a cada seis meses sem que o mapa político se altere de forma significativa. Na prática, ninguém acredita que isso seja possível. Não há duas sondagens iguais nem sondagens significativamente diferentes. Só que, em tempos de incerteza, qualquer pequena diferença chega. Não altera os resultados, mas muda as leituras que os partidos fazem deles e a margem que cada um terá nas inevitáveis negociações pós-eleitorais

Até ao início da última semana, a única dúvida era saber qual será a formação mais votada à esquerda. Quase na recta final, houve um escândalo de abuso de poder que beliscou o PP, obrigando Mariano Rajoy a interromper o “tom positivo” que o partido elegera como estratégia. Ainda houve tempo para o “Brexit” aterrar em cheio na campanha e o mesmo Rajoy o usar para apelar às emoções e insistir que representa o “voto útil” contra a ameaça do Podemos.

A campanha começou com os inquéritos a anteciparem um Congresso tão fragmentado como o que saiu das legislativas de Dezembro, ao mesmo tempo que os líderes partidários garantiam que os espanhóis não serão chamados a votar uma terceira vez, sem explicarem exactamente o que podem fazer para o evitar.

O que se sabe não chega para perceber o que vai acontecer nas próximas semanas. Sabe-se que o PP voltará a ser primeiro, mas que deverá ficar ainda mais longe da maioria. E sabe-se que o parceiro natural dos conservadores, a formação de centro-direita liberal Cidadãos, um dos dois partidos emergentes do novo panorama partidário, voltará a ficar aquém de um resultado que abra caminho a uma coligação natural.

Sem maiorias óbvias no horizonte, é da esquerda que podem vir as principais mudanças. A maior novidade é a aliança Unidos Podemos (que junta o partido de Pablo Iglesias, terceiro em Dezembro, à Esquerda Unida, de Alberto Gárzon) e a probabilidade de esta ultrapassar o PSOE, tornando-se na formação hegemónica da esquerda. Uma das sondagens (uma entre muitas, sublinhe-se) sugere até um cenário em que, em conjunto, os eleitos da esquerda sejam suficientes para alcançar o número mágico de 176 deputados, que garante a maioria no Congresso de 350.

A lógica e o haraquiri

O problema é a instabilidade de um sistema partidário que mal acabou de nascer, com quatro grandes formações a disputar um tabuleiro que até agora tinha dois protagonistas e muitos actores secundários mais pequenos. Numa nova realidade em que ninguém conhece as consequências de pactos que estão por experimentar, nenhum partido quer ser o primeiro a arriscar haraquiri.

Do ponto de vista das propostas e da vontade do seu eleitorado, seria lógico que o PSOE, de Pedro Sánchez, se aliasse a Iglesias para formar o “governo progressista” que o líder do Podemos tanto diz querer. Na prática, os socialistas desconfiam que o verdadeiro objectivo de Iglesias é a aniquilação total do PSOE.

Sánchez passou esta campanha a prometer que Rajoy e o PP não contam com ele para ficar no poder. Uma abstenção do PSOE para permitir à direita continuar a governar seria, disse, “um suicídio que levaria o PSOE a tornar-se irrelevante por muitos anos”. Mas entre o establishment socialista acredita-se que suicídio ainda maior seria um pacto com o Podemos.

O risco, para Sánchez, é ser afastado da liderança pelos membros do seu partido antes mesmo de conseguir sentar-se à mesa das negociações com Iglesias. Uma possibilidade que ganha ainda mais força caso se confirme o chamado “sorpasso”, a ultrapassagem do PSOE pela aliança Unidos Podemos em votos e mandatos.

“Confia em Pablo Iglesias?”, perguntou há dias a Sánchez um jornalista doPublico.es. “E você, fia-se nele?”, retorquiu o candidato. “Durante estes seis meses Iglesias demonstrou que não é um político que faça o que diga. Disse que usaria os seus votos em Dezembro para pôr ponto final em Mariano Rajoy e, no fim, o que fez foi bloquear a mudança”, explicou Sánchez.

Iglesias bem tentou convencer os socialistas que podem confiar nele. “Não te enganes, Pedro, eu não sou o adversário”, sussurrou ao líder do PSOE no único debate que opôs os candidatos dos quatro maiores partidos. Mas o líder do partido que nasceu dos Indignados para enterrar o bipartidarismo sabia que era tarefa impossível. Afinal, ainda nem os votos estavam todos contados, a 20 de Dezembro, e já Iglesias se lançava num ataque sem trégua contra os mesmos com que agora diz querer governar.

Uma crise perfeita

Recordando que o PSOE acabava de ter o pior resultado da sua história(com 22%, ficou menos de dois pontos percentuais à frente do Podemos, que teve 20,65), Iglesias ainda esfregou na cara de Sánchez que o derrotara em Madrid, onde ambos eram candidatos. Sabendo que as urnas já tinham fechado mas que a campanha continuava, o líder do Podemos portou-se como se estivesse a lançar mísseis ao PSOE, notaram então os comentadores.

A somar-se a todas as incógnitas, o “Brexit” que ninguém esperava ainda obrigou os candidatos a mudarem os discursos de encerramento e a explicar que União Europeia defendem, um tema que tinham ignorado olimpicamente (e que no debate a quatro mereceu menos de 30 segundos de tempo de antena).

Em teoria, nada impede que os espanhóis tenham de repetir eleições e que Espanha continue nesta campanha permanente. Isso nem sequer seria inédito: já por duas vezes houve três eleições gerais no país, em 1918 e em 1920. 

Em teoria, há muito para dizer e antecipar. Só que as teorias não chegam para interpretar o futuro quando o cenário é de crise perfeita – o modelo da Transição esgotou-se sem que um novo tenha podido consolidar-se (ou a crise como Gramsci a definiu, tempos em que o velho ainda não morreu e o novo não acabou de nasceu). Resta esperar, contar votos e ver como cada partido decide interpretar as intenções dos espanhóis.

Sofia Lorena - Público

CGD: "Não queremos autópsia, queremos evitar que o doente morra"

O PSD quer conhecer os motivos do Governo para injetar 4.000 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos, porque não quer uma "autópsia", mas "evitar que (o banco público) morra", disse hoje em Torres Vedras a vice-presidente.

© Reuters
"Não queremos fazer uma autópsia, queremos evitar que o doente morra. Queremos e temos o direito de saber, num banco que é público, se há problemas que justifiquem a injeção de quatro ou cinco mil milhões para podermos democraticamente discutir e para termos uma palavra a dizer em tempo útil e não depois do facto consumado", afirmou Maria Luís Albuquerque, durante uma intervenção dirigida a militantes da distrital do PSD/Oeste.

A ex-ministra das Finanças justificou assim o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois de várias tentativas para conhecer a situação do banco público e consequentes recusas de esclarecimento pelo Governo.

"É muito preocupante a falta de respeito democrático que está subjacente a estas reações", defendeu.

Para Maria Luís Albuquerque, é fundamental perceber se também "há outras questões a ver com o sistema bancário metidas dentro do mesmo saco e saber se a CGD vai dar como perdidos muitos dos empréstimos que concedeu ou se vai atrás desse dinheiro".

Fonte:noticiasaominuto

Comentário: a notícia de primeira página do CM na edição de hoje, alusiva ao novo presidente do chamado banco público, leia-se Caixa Geral de Depósitos, deve tirar o sono até ao cidadão mais ignorante nestes assuntos: “Gestor da Caixa acumula a reforma de 3,3 milhões” com apenas 59 anos de idade, com chamada para a página 33.
A CGD sempre serviu para aninhar as raposas dos partidos políticos, agora que a brasa lhes queima as mãos, querem sacudir uns para os outros.
A Procuradoria-Geral da República limita-se a assistir? Está mais que provado, as comissões parlamentares servem para entreter o povo e, preencher tempos de antena. Não tenho conhecimento que um banqueiro, sim, que tenha falido um banco se encontre na comer esparguete numa prisão qualquer.
Tudo gente intocável… paga POVO com língua de palmo.


J. Carlos