sábado, 8 de outubro de 2016

FADOS DE COIMBRA - ROMAGEM À SENHORA DE VAGOS 2016


ROMAGEM À SENHORA DE VAGOS - A ADIG -Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha- organizou, mais uma vez, a Romagem à Nossa Senhora de Vagos, no dia 5 de Outubro de 2016.
É um passeio ciclista, acompanhado de boa disposição e camaradagem, embora alguns vão de carro e de mota. O que interessa é estar presente!...
Este gesto, Romagem à Senhora de Vagos, é o preito de homenagem dos habitantes da Península da Gafanha à Senhora de Vagos e às gentes desta Terra, que em tempos remotos, desde cerca de 1640, povoaram estas paragens à beira da Ria e do Atlântico.
A maioria das famílias que deram vida às nossas Gafanhas são oriundas de Vagos e começaram a povoar estes estéreis areais no séc XVII. Aqui chegaram para a apanha do junco à gadanha (gadanhar o junco ou, no seu linguarejar, gafanhar o junco). E o grito, à prôa da bateira, ouvia-se longe: "vamos à gafanha do junco"! E tantas vezes o repetiram que bastava dizer: "Vamos à Gafanha"; agora com letra grande porque se transformou na Terra da Promissão…
Freguesia há pouco mais de 100 anos (1910), Vila há 47 (1969) e Cidade há 15 (2001)!... 100 anos para transformar uma Terra quase desconhecida numa Cidade!... 
Abençoadas gentes que souberam fazer da Gafanha, a Terra que é hoje...
Na Capelinha de Vagos actuou o Grupo de Fados de Coimbra "Portas d'Água", que homenageou a Senhora com o extraordinário fado “Nossa Senhora de Vagos” e outros. Cantou e encantou.
Também tivemos a colaboração da Tuna da Universidade Senior da Gafanha da Nazaré, com os seus cânticos.
O São Pedro colaborou connosco, pois esteve um dia extraordinário. 
Lá estaremos para o ano!...

Foto de perfil de Humberto Rocha
HRocha
ROMAGEM À SENHORA DE VAGOS 2016

Publicado a 07/10/2016

Portugal termina missão militar no Kosovo ao fim de 18 anos

Os militares portugueses abandonam o teatro de operações do Kosovo em 2017, após 18 anos na missão da NATO no território.Resultado de imagem para Portugal termina missão militar no Kosovo ao fim de 18 anos
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, justificou, este sábado, a decisão afirmando que as "condições estratégicas e operacionais que ditaram o envio da força portuguesa se alteraram, nomeadamente as condições de segurança e estabilidade no território, hoje francamente mais favoráveis ao normal desenvolvimento do Kosovo".

O Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer favorável a uma proposta do Governo para a retração da força nacional destacada no Kosovo, que começa no segundo trimestre de 2017 e estará completa até junho.
Na resposta enviada à Lusa, Azeredo Lopes defendeu que "a continuação da presença de militares portugueses na missão não se afigura, neste momento, essencial para a defesa dos interesses nacionais na região".
Atualmente estão 189 militares na KFOR (Kosovo Force), que serão rendidos durante este mês. O primeiro grupo do último batalhão em missão no Kosovo parte a 17 de outubro e será constituído por 48 efetivos do Exército, num total de 186, da Brigada de Reação Rápida (2º Batalhão de Infantaria Paraquedista), para integrar o Batalhão de Reserva Tática da KFOR.
"O desempenho das missões atribuídas aos militares portugueses foi considerado excecional, correspondendo aos elevados padrões da NATO, tendo contribuído decisivamente para a estabilidade social e política do território do Kosovo", destacou Azeredo Lopes.
O governante frisou ainda que "é certo" que o Governo pretende manter "idêntico empenhamento português no âmbito da Aliança Atlântica" em 2017, embora sem adiantar quais os teatros de operações em perspetiva.
A possibilidade de Portugal participar numa missão da NATO no Iraque já tinha sido admitida pelo ministro em junho passado.
O Kosovo declarou-se unilateralmente independente da Sérvia em fevereiro de 2008, com Portugal a reconhecer o novo país em outubro do mesmo ano.
Portugal participa na força de manutenção de paz da NATO para o Kosovo desde julho de 1999, com contingentes de diferentes dimensões e especialidades em regime de rotação semestral.
Integrou a KFOR com uma unidade de escalão batalhão composto por 300 militares, um destacamento de operações especiais e um destacamento de controlo aéreo-tático, ocupando um setor na região de Klina, a oeste do território.
Atualmente, estão 189 militares portugueses em missão no Kosovo, mas o contingente já chegou a exceder os 300, como aconteceu de 1999 a 2001, ano em que a maior parte dos militares regressou a Portugal.
Entre 2003 e 2004 Portugal manteve apenas uma equipa reduzida no aeroporto da capital kosovar, Pristina, mas em 2005 voltou a enviar cerca de 300 militares para o território, regressando ao formato de rotação semestral de tropas.
A KFOR é atualmente composta por cerca de 5.000 militares de várias nacionalidades.

Fonte:JN

Foto: Expresso.sapo.pt

Portugueses em França perderam a ideia do regresso

Portugueses debateram realidade da emigração em França num debate na Câmara Municipal de ParisResultado de imagem para Portugueses em França perderam a ideia do regresso

Os portugueses residentes em França perderam "quase de maneira definitiva a ideia do regresso", disse hoje, na capital francesa, José Barros, vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris.
O vice-provedor falava num debate sobre a evolução da imagem dos portugueses em França, durante o 13.° Encontro das Associações Portuguesas de França, na Câmara Municipal de Paris.
"Há uma evolução que a mim me choca: perdemos quase de maneira definitiva a ideia do regresso. Aceitamos que já não há regresso. Há uns anos, essa ideia era quase um murro no estômago. Hoje, fizemos uma cruz em cima da ideia do regresso", afirmou José Barros, que chegou a França "há mais de 50 anos".
Maria Beatriz Rocha-Trindade, socióloga e investigadora em questões de migração e relações interculturais, sublinhou que "o regresso continua sob uma outra forma" porque "não se fala mais em regressos definitivos, mas em regressos temporários, muitas vezes várias vezes por ano".
Elisabeth Oliveira, presidente da associação de porteiros de Paris ALMA e licenciada em Psicologia, foi para França - onde nasceu - para "ocupar o cargo que a mãe sempre ocupou: ser porteira" devido à crise em Portugal, em 2013, considerando que "a nova vaga de imigração está para ficar".
"Esta nova onda da imigração está mais integrada na comunidade francesa. Em casa dos meus pais só entravam portugueses, havia uma sensação de inferioridade em relação aos franceses. Isto tende a mudar, esta nova vaga de imigração está cá para ficar, está mais aberta e agarra aqui as oportunidades", declarou.
Carlos Gonçalves, deputado do PSD eleito pelo círculo da Europa, sublinhou que a comunidade portuguesa está em França há muitos anos e "os filhos e os netos da primeira geração venceram na vida e têm lugares até na administração do Estado" porque "as pessoas integraram-se e venceram".
"São pessoas que no dia-a-dia não se mostram, não têm a bandeira de Portugal, mas quando o Éder marcou golo eles levantaram-se todos. Acho que é um tema fundamental esta questão de perceber que a comunidade evoluiu ao longo do tempo e que os portugueses não são uns coitadinhos e uns incultos que estiveram aqui 50 anos e que não fizeram os seus filhos evoluir", lançou o deputado, concluindo que a empresa PSA (Peugeot- Citroën) é dirigida por um português [Carlos Tavares].
Julian dos Santos, de 28 anos, conselheiro municipal em Gonesse, nos arredores de Paris, e proprietário de um bar de vinhos do Porto na capital francesa, Portologia, destacou que "a imagem da comunidade portuguesa evoluiu" porque os próprios filhos já são franceses e "lutam, ainda com ainda mais motivação, para fazer conhecer uma parte da história dos pais".
Sérgio de Deus, presidente da CHAMA, associação de estudantes lusófonos de Estrasburgo, disse ter redescoberto a língua portuguesa quando foi para a universidade e encontrou "pessoas que tinham uma espécie de amor à língua portuguesa tão escondido" quanto o seu.
"Devemos falar não só da evolução da imagem dos portugueses, mas sobretudo da evolução da imagem da língua portuguesa. Na associação temos 561 aderentes, muitos franceses, franco-portugueses, portugueses, brasileiros, angolanos. A força da associação é que está [inserida] na universidade e tem uma imagem muito positiva pelo dinamismo", declarou.
No encontro, organizado pela Coordenação das Coletividades Portuguesas de França (CCPF), também estiveram em debate o papel do associativismo na integração das comunidades em França, a ligação dos portugueses do estrangeiro com as regiões em Portugal e as novas políticas do ensino de Português em França.
O evento contou, também, com uma exposição de fotos de Gérald Bloncourt, na presença do fotógrafo que imortalizou os bairros de lata portugueses em França nos anos 60 e 70 e que este ano foi condecorado, em Paris, com a Ordem do Infante D. Henrique durante as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Esta noite, a autarquia de Paris oferece à comunidade portuguesa uma gala que vai juntar cerca de 640 convidados do meio artístico, empresarial, político, associativo e académico em torno de um espetáculo musical e entrega de prémios.

Fonte: LUSA
Foto: DN


Professor reconheceu ter ajudado Sócrates a fazer tese de mestrado

Domingos Farinho terá recebido 24 mil euros pela ajuda prestada a Sócrates na redação do livro A Confiança no Mundo. As últimas avenças foram pagas à mulher do professor universitário
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Domingos Farinho, o professor universitário que terá escrito o livro de José Sócrates, admitiu ao Ministério Público ter recebido, juntamente com a sua mulher, duas avenças em épocas diferentes para ajudar o ex-primeiro-ministro na tese de mestrado e de doutoramento - que acabou por não ser concluído.
Domingos Farinho e a advogada Jane Kirkby foram ouvidos no mesmo dia, a 21 de Julho, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Ao que o SOL apurou, durante o interrogatório aceitou responder a diversas questões sobre o seu percurso académico e sobre a ajuda que, entre o final de 2012 e o verão de 2013, prestou a José Sócrates na elaboração da tese de mestrado em Ciência Política apresentada no Institut d’Études Politiques de Paris.
E foi na sequência destas respostas que o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa acabou por falar sobre o contrato de prestação de serviços que celebrou com a sociedade RMF, de que é sócio-gerente o arguido Rui Mão de Ferro mas que na realidade tinha a finalidade de assessorar intelectualmente o ex-governante.
O contrato entre a empresa de Rui Mão de Ferro e Farinho fora celebrado em Janeiro de 2013 e era válido até agosto desse ano, tendo ficado escrito que se destinava à prestação de serviços de apoio e assessoria na área jurídica. A avença estabelecida era de 4 mil euros, ou seja, no total, o professor terá recebido 24 mil euros pela ajuda no livro que José Sócrates publicou.
Recorde-se que a existência destes honorários foi detetada após uma busca desencadeada a várias empresas de Santos Silva, onde o MP descobriu um print de um email de 23 dezembro de 2012, trocado entre o catedrático e Rui Mão de Ferro, administrador de uma dessas sociedades, a Proengel 2, relativo à preparação de um contrato e à realização dos pagamentos entre esta sociedade e Domingos Farinho.

«Houve um lapso horrível da minha parte»
Foi também o ex-governante socialista quem, após o lançamento do livro A Confiança no Mundo a 23 de Outubro de 2013, assumiu publicamente que a obra era a tradução da sua tese de mestrado na escola de Sciences Po em Paris e que a peça académica tinha sido escrita em francês e só depois traduzida para a língua mãe.
Este exercício de escrita directa na língua gaulesa é no entanto posto em causa mais tarde numa conversa entre José Sócrates e Farinho. O ex-líder socialista pretende oferecer dois dos seus livros à embaixadora da Argélia e ao seu presidente, Abdelaziz Bouteflika. E pede ajuda a Farinho para a tradução da dedicatória. Lê as frases em português e justifica-se: «Quero saber como se escreve exactamente, não que não saiba, mas para escrever correctamente».
E, ainda no dia do lançamento do livro, no Museu da Electricidade, em Lisboa, onde se reuniu a nata socialista e intelectual do país, José Sócrates liga-lhe à noite para reparar um erro: «Desculpe, Sr. Doutor, mas houve um lapso horrível da minha parte: esqueci-me de lhe agradecer publicamente».

Contrato em nome da mulher
Mas Sócrates não queria ficar-se pela tese de mestrado. Logo começa a burilar a escrita de um novo livro que resultaria da tese de doutoramento que acabou por não concluir. Farinho não se importava de continuar a colaborar, mas queria mais dinheiro. A 4 de Novembro, é o professor de Direito quem o vem lembrar. Quer saber se podem continuar a trabalhar juntos e pergunta: «Ainda está interessado em avançar com o doutoramento?».
Farinho é convidado para a nova etapa. Nesse mês, Sócrates pretendeu solidificar o compromisso já estabelecido entre ambos numa conversa que os dois mantiveram durante uma viagem de carro e inquiriu-o: «Então avançamos?». O professor universitário confirmou, mas, por razões fiscais, perguntou-lhe se o novo contrato não poderia antes ficar em nome da mulher, envolvendo assim Jane no assunto, o que motivou a sua audição como testemunha.
E assim foi, a advogada Jane Kirkby e a sociedade de Rui Mão de Ferro assinavam um contrato de prestação de serviços de apoio e assessoria na área jurídica que vigoraria entre 1 de novembro de 2013 e 31 de outubro do ano seguinte - vésperas da prisão de Sócrates.
Segundo o ex-governante disse nos últimos dias à SIC, o livro que se prepara para lançar - e que deverá ser o mesmo para o qual contratualizou a assessoria - é uma obra dedicada à teoria política sobre o carisma, como SOL já avançara no ano passado.

Interrogatório de Jane Kirkby
A mulher de Domingos Farinho também foi ouvida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tendo respondido a diversas questões do procurador Rosário Teixeira.
Jane Kirkby, falou sobre a assessoria técnica que prestou, mas também sobre os serviços garantidos pelo seu marido a José Sócrates. Além disso, justificou os pagamentos que lhe foram feitos pela RMF entre 2013 e 2014, bem como a viagem a Paris com o marido em novembro e dezembro de 2012 para se encontrarem com o ex-primeiro-ministro.

Fonte: Jornal Sol




Hora de Fecho: Dentro da caixa-forte dos tesouros do cinema

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
António Leitão Amaro, vice-presidente da bancada do PSD, continua a acusar o Governo de "falsear sobre os números" e diz que António Costa usa truques para apresentar dados económicos mais positivos.
Parte da cidade de Chemnitz foi evacuada em mega-operação policial. Atentado terá sido evitado. Autoridades divulgaram foto do suspeito, um refugiado sírio de 22 anos que estará em fuga. Há 3 detidos.
Campanha de Trump em crise. Vídeo de 2005, que surgiu na sexta-feira, mostra Trump a gabar-se de fazer o que quer com as mulheres bonitas. Trump pede desculpa mas diz que Bill Clinton fazia bem pior.
Em causa, inquérito a agentes do SIS por suspeita do crime de favorecimento a arguido do caso Vistos Gold. Recusa de António Costa em revelar identidade dos espiões na origem do arquivamento.
"Público" avança que o Governo tem em cima da mesa a possibilidade de não eliminar logo no início do ano a sobretaxa de IRS. Rendimentos mais altos, diz o jornal, podem ter uma devolução faseada.
O MP suspeita que Domingos Farinho, um professor de Direito, terá recebido 100 mil euros de uma empresa de um sócio de Santos Silva para escrever o livro de Sócrates, avança a Visão.
O diário espanhol El Mundo faz hoje manchete com o caso de um fugitivo português à justiça espanhola, procurado pela Interpol, acusado de um desfalque de dezenas de milhões de euros.
O autor voltou às pequenas histórias como "Ronda das mil belas em frol", um livro de ficção que segue os sobressaltos e espantos das aventuras amorosas de um narrador nada dado a romantismos.
Que explosão química nasce da aventura e do desporto? As hipnotizantes imagens do Red Bull Illume, um concurso internacional de fotografia em nome da energia. Eis algumas das mais irreverentes.
Tal como os manos Camané e Pedro, Hélder seguiu tornou-se fadista. Atua este sábado no CCB para apresentar o novo álbum. Nós fomos ouvi-lo antes, na sua 'casa', o restaurante Mesa de Frades. 
Opinião

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Heróis são a Liliana Melo e os seus filhos. É o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que agora condenou o Estado português, por este incrível atropelo dos mais elementares direitos fundamentais.

Pedro Afonso
Esta autêntica corrida aos horários excessivos, observada entre os cargos de maior responsabilidade nas empresas, é absurda e perigosa. A cultura de excesso de carga horária deve ser repudiada.

André Azevedo Alves
Não só no Reino Unido, mas também a nível europeu e global, a grande batalha dos nossos dias trava-se entre quem defende maior abertura ao mundo e o ressurgimento das velhas ameaças proteccionistas.

José Miguel Pinto dos Santos
"O operário, ao colocar ao serviço de outrem as suas forças e a sua indústria (...) adquire um direito sem limites, não só para exigir o seu salário, como também para usar dele como melhor entender."

Rui Ramos
O que importa ao humanismo politicamente correcto são os sírios que na Alemanha podem ser alvo de um olhar menos multicultural, não os que em Aleppo são triturados pelas bombas de Putin e de Assad.

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A esquerda Pira! Como pode um pobre, negro e gay ser de direita?

Militantes menos sofisticados da esquerda costumam achar que só eles defendem os pobres, os negros e os gays. Por isso não conseguem entender o mais jovem vereador de São Paulo.
Como pode um homem gay, negro e pobre ser de direita?”
A esquerda voltou a se debater com essa pergunta desde a vitória de Fernando Holiday na eleição em São Paulo. Aos 20 anos, o rapaz foi o 13º candidato mais votado a vereador.
Há respostas das mais variadas. “Ele encarnou um capitão do mato, é um negro contra os negros”, diz a explicação mais comum. Um daqueles sites patrocinados pelo governo Dilma solucionou a questão com uma sacada criativa: concluiu que o rapaz, na verdade, não é negro, pois “ser negro não é uma condição dada, a priori. É um vir a ser”. Pronto, um problema a menos, Fernando Holiday é branco!
A esquerda não consegue entender a existência de Holiday porque acredita ter o monopólio da defesa dos negros, pobres e “oprimidos” em geral. Se um negro luta contra a esquerda, então há algo de errado com ele. Ou não seria realmente negro ou teria algum problema psicológico, uma anomalia que o faria agir contra a própria identidade.  Oras, se a esquerda está do lado do povo, por que o povo estaria contra a esquerda?
Militantes mais embrutecidos acreditam também que para beneficiar os pobres é preciso prejudicar os ricos (com impostos sobre fortunas, por exemplo). Por isso um negro e pobre jamais se alinharia a partidos dos ricos. Mas Fernando Holiday, um liberal, é contra a ideia do conflito irreconciliável entre as classes. Acredita que a prosperidade beneficia tanto pobres quanto ricos, e que ideias econômicas de esquerda prejudicam todos, incluindo gays e negros.
Há ainda um terceiro motivo. Assim como a direita mais tacanha, a esquerda menos sofisticada gosta de achar que seus adversários se resumem a estereótipos ridículos ou políticos radicais. A direita seria apenas a senhora racista da praia do Rio de Janeiro, o empresário engomado que se incomoda com pobres no aeroporto, o deputado-pastor contrário ao casamento gay.
É mais confortável, para militantes da esquerda, ignorar a existência de adversários com mais nuances. O rosto de Fernando Holiday, um gay, negro, defensor de privatizações e antipetista radical, não poderia ser mais indigesto.


@lnarloch
sábado, 8 de outubro de 2016
Fonte:blogdoparrini

Mais informações sobre datas, locais e horários das sessões de colheitas de sangue a realizar pela ADASCA através do site www.adasca.pt
Uma dádiva de sangue pode salvar até 4 vidas humanas… do que o leitor está à espera se é saudável?

Situação de miséria na China faz mãe matar 4 filhos e suicidar-se

Rodrigo Dias


China comunista

A chinesa Yang Gailan [foto], de 28 anos, matou seus quatro filhos e depois se suicidou. Os jornais alegam que o fato dela ter cometido tal crueldade é por ter vivido na mais completa miséria[1]. A camponesa morava na aldeia rural de Agu Sha, e o seu marido teria ido para a cidade em busca de algum trabalho e assim poder ajudar a família que estava vivendo na miséria. Ele mandava parte do pouco dinheiro que conseguia.
A crueldade cometida por essa mulher fez abrir um debate nas redes sociais a respeito da miséria na China comunista em que cerca de 80 milhões de pessoas vivem na mais absoluta pobreza. A maioria dessas pessoas vivem na área rural e o agronegócio estatal lhes rende pouco dinheiro, o que acaba fazendo com que muitos dos jovens e adultos tenham que migrar para as áreas urbanas em busca de trabalho e uma condição melhor de vida.

A segunda maior economia do mundo, e o “pesadelo chinês”

A China, que se orgulha de ser a segunda maior economia do mundo, tem mais de 15% da sua população na extrema pobreza[2]. O segundo maior PIB do mundo é devido ao modelo “um país, dois sistemas”[3] em que Hong Kong e Macau podem fazer livre comércio com outros países. Enquanto essas regiões, que foram colônias da Coroa Britânica e de Portugal, continuam tendo um crescimento na economia, a miséria predomina na China continental que é de total controle do Partido Comunista.
O controle do Partido Comunista vai além de questões econômicas; com a “Revolução Cultural Chinesa”[4] Mao Tsé-tung tentou laicizar a China, fazendo perseguições a professores, intelectuais e à Igreja Católica, tudo em nome da igualdade das classes sociais. A Revolução Cultural tratou de reduzir a pó os vestígios do passado, de eliminar tudo quanto falasse da alma espiritual ou evocasse a beleza.
Assim foi esmagada a China dos mandarins, das porcelanas, dos marfins entalhados, das pinturas em lenços de seda, da poesia e da música, das especiarias e das maravilhas de arte sutil e quintessenciada. Tinha um papel no Oriente comparado com o da França no Ocidente, isso colocando de lado os aspectos deformantes do paganismo.[5] E o comunismo acabou com essas maravilhas da China, tornando-a muito pior que o paganismo antigo.
A Revolução comunista não se contenta em conquistar uma nação, ou o mundo, ela deseja conquistar o homem, em todas as suas potencialidades. E com esse desejo os comunistas chegaram até a colocar o controle de natalidade como lei, impondo que cada casal só poderia ter um filho, ou dois em algumas exceções. Mas como vimos, a chinesa Yang Gailan conseguiu ter 4 filhos apesar de todo o controle do governo comunista, só que desgraçadamente essa mãe acabou matando seus filhos e depois se suicidando. Muitas outras famílias que moram na área rural conseguiram ter mais de dois filhos, mas devido à reforma agrária e ao controle que o governo tem de todas as terras, eles não conseguem sair da miséria só com a agricultura.

A pobreza rural e o agronegócio estatal

China Comunista
Durante 4.000 anos a agricultura foi um dos alicerces da civilização chinesa, mas devido ao controle que o governo chinês tem sobre as terras, muitos dos que viviam da agricultura tiveram que migrar para as áreas urbanas. E isso parece ser um desejo do governo chinês para desocupar todas as terras particulares e assim dar lugar à produção agrícola estatal em escala cada vez maior,[6] e com isso o lucro do agronegócio ficaria todo para o governo.

Se a China não fosse comunista e tivesse um governo que permitisse a privatização das terras, poderia fazer com que os fazendeiros tivessem um lucro maior, o que poderia gerar mais emprego e alimentar mais pessoas. Podemos exemplificar com o Brasil, em que graças predominantemente à ação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e seus seguidores a reforma agrária socialista e confiscatória não avançou e com isso o agronegócio privado garante emprego e renda para os brasileiros.[7]

_______

Referências:
[1] http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37359167 – acessado no dia 26 de setembro de 2016
[4] “Livro Negro do Comunismo revela o maior crime da História”, Catolicismo, fevereiro de 2000 – acessado no dia 26 de setembro de 2016
[5] “Clinton, nas pegadas de Nixon, capitula diante do comunismo jet-set chinês”, Catolicismo, dezembro de 2015 – acessado no dia 26 de setembro de 2016
Fonte: ABIM
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OS 10 PONTOS QUE EXPLICAM O NOVO SISTEMA MUNDIAL

Precisamos tomar consciência das rápidas evoluções em curso e refletir sobre a possibilidade de que cada um de nós pode intervir de alguma forma.

Ignacio Ramonet * - Carta Maior
Como é o Novo Sistema Mundial? Quais são suas principais características? Que dinâmicas estão determinando o funcionamento real do nosso planeta? Que características dominarão os próximos 15 anos, de aqui até 2030?

Para tentar descrever este Novo Sistema Mundial e prever seu futuro imediato, vamos a utilizar a bússola da geopolítica, uma disciplina que nos permite compreender o jogo das potências e avaliar os principais riscos e perigos. Para antecipar, como num tabuleiro de xadrez, os movimentos de cada potencial adversário.

O que essa bússola nos diz?

O declínio do Ocidente

A principal constatação é o declínio do Ocidente. Pela primeira vez desde o Século XV, os países ocidentais estão perdendo poderio diante da ascensão das novas potências emergentes. Começa a fase final de um ciclo de cinco séculos de dominação ocidental do mundo. A liderança internacional dos Estados Unidos se vê ameaçado hoje pelo surgimento de novos polos de poder (China, Rússia, Índia) a escala internacional. O “rebaixamento estratégico” dos Estados Unidos já começou. O “século americano” parece chegar ao fim, ao mesmo tempo em que vai se desvanecendo o “sonho europeu”…

Embora os Estados Unidos continuem sendo uma das principais potências planetárias, está perdendo sua hegemonia econômica paulatinamente, com o crescimento da China, e já não exercerá sua “hegemonia militar solitária” como fez desde o fim da Guerra Fria. Caminhamos em direção a um mundo multipolar, no qual os novos atores (China, Rússia e Índia) têm vocação de constituir sólidos polos regionais para disputar a supremacia internacional com Washington e seus aliados históricos (Reino Unido, França, Alemanha, Japão).

Na terceira linha aparecem as potências intermediárias, com demografias em alta e fortes taxas de crescimento econômico, que podem se transformar também em polos hegemônicos regionais, com talvez, se mantiverem essa tendência nos próximos quinze anos, em um grupo de influência planetária. São os casos de Indonésia, Brasil, Vietnã, Turquia, Nigéria e Etiópia.

Para se ter uma ideia da importância e da rapidez da queda de prestígio do Ocidente, basta observar estas duas cifras: parte dos países ocidentais que hoje representam 56% da economia mundial serão apenas 25% em 2030 – em menos de quinze anos, o Ocidente perderá mais da metade de sua preponderância econômica. Uma das principais consequências disso é que os Estados Unidos e seus aliados já não terão os meios financeiros para assumir o rol de guardiães do mundo. Desse modo, esta mudança estrutural poderia debilitar o Ocidente de forma duradoura.

O inabalável crescimento da China

O mundo se “desocidentaliza” rapidamente, e é cada vez mais multipolar. Nesse cenário, se destaca, uma vez mais, o papel da China, que emerge como a grande potência do Século XXI. Embora a China se encontre ainda longe de representar um autêntico rival para Washington, por enquanto. Em parte, a estabilidade do novo candidato a império não está garantida, porque coexistem em seu seio o capitalismo mais salvagem e o comunismo mais autoritário. A tensão entre essas duas dinâmicas causará, cedo ou tarde, uma quebra que poderia debilitar o seu poder.

De qualquer forma, neste 2016, os Estados Unidos continuam exercendo uma indiscutível dominação hegemônica sobre o planeta. Tanto em termos de domínio militar (fundamental) como em vários outros setores cada vez mais determinantes: em particular, o tecnológico (Internet) e o soft power (cultura de massas). O que não significa que a China não tenha realizado prodigiosos avanços nos últimos trinta anos. Nunca na história, nenhum país cresceu tanto em tão pouco tempo.

Por enquanto, o poder dos Estados Unidos está em declínio, e o da China em ascensão inabalável. Já é a segunda potência econômica do mundo, superando o Japão e a Alemanha.

Para Washington, a Ásia é agora uma zona prioritária, e o presidente Barack Obama decidiu reorientar a estratégia de sua política exterior. Os Estados Unidos tenta frear a expansão da China no continente, cercando-a com bases militares e se apoiando em seus sócios locais tradicionais: Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas. É significativo que a primeira viagem de Barack Obama, depois de reeleito em 2012, tenha sido uma turnê por Birmânia, Cambodja e Tailândia, três Estados da Associação de Nações do Sudeste da Ásia Sudeste (ASEAN, por sua sigla em inglês), uma organização que reúne os aliados de Washington na região, a maioria deles com problemas de limites marítimos com Pequim.

Os mares da China se tornaram as zonas de maior potencial de conflito armado da área Ásia-Pacífico. As maiores tensões entre Pequim e Tóquio têm a ver com a soberania das Ilhas Senkaku – Diaoyú para os chineses. Também há disputas com o Vietnã e as Filipinas, sobre a propriedade das Ilhas Spratly, um conflito que vem crescendo gradualmente. A China está trabalhando para modernizar o arsenal de sua marinha. Em 2012, lançou seu primeiro porta-aviões, o Liaoning, e está construindo um segundo, com a intenção de intimidar a Washington. Pequim suporta cada vez menos a presencia militar dos Estados Unidos na Ásia. Entre estos dois gigantes, se está instalando uma perigosa “desconfiança estratégica” que, sem sombra de dúvidas, poderia marcar a política internacional da região daqui até 2030.

O terrorismo jihadista

Outra das ameaças globais que nossa bússola indica é o terrorismo jihadista praticado pela Al Qaeda e pela organização Estado Islâmico (ISIS, por sua sigla em inglês). As principais causas desse terrorismo jihadista atual são os desastrosos erros e os crimes cometidos pelas potências ocidentais que invadiram o Iraque em 2003, além dos disparates nas intervenções armadas na Líbia (2011) e na Síria (2014).

No Oriente Médio continua sendo o foco de conflito mais perturbador do mundo. Particularmente, em torno da inexplicável guerra civil na Síria. Está claro as grandes potências ocidentais (Estados Unidos, Reino Unido, França), aliadas aos Estados que mais difundem pelo mundo a concepção arcaica e retrógrada do Islã (Arábia Saudita, Qatar e Turquia), decidiram apoiar, com dinheiro, armas e instrutores, as milícias insurgentes sunitas. Os Estados Unidos constituiu nessa região um amplo “eixo sunita”, com o objetivo de derrubar Bashar al-Assad e despojar o Irã de um grande aliado regional. Mas o governo de Bashar al-Assad, com o apoio da Rússia e do Irã, vem resistindo, e continua se consolidando. O resultado de tantos erros é o terrorismo jihadista atual que multiplica os atentados odiosos contra civis inocentes na Europa e nos Estados Unidos.

Algumas capitais ocidentais continuam pensando que a potência militar massiva é suficiente para conter o terrorismo. Porém, na história militar, abundam os exemplos de grandes potências incapazes de derrotar adversários mais fracos. Basta recordar os fracassos norte-americanos no Vietnã, nos Anos 70, ou na Somália, nos Anos 90. Num combate assimétrico, aquele que pode mais, não necessariamente vence. O historiador Eric Hobsbawn recordava que “na Irlanda do Norte, durante cerca de trinta anos, o poder britânico se mostrou incapaz de derrotar um exército tão minúsculo como o IRA, que certamente nunca esteve em vantagem no conflito, mas tampouco foi vencido”.

Os conflitos em que o mais forte enfrenta o mais fraco em terreno são fáceis de iniciar, mas não de terminar. O uso massivo de meios militares pesados não significa necessariamente alcançar os objetivos buscados.

A luta contra o terrorismo também está autorizando, em matéria de governação e política interior, todas as medidas autoritárias e todos os excessos, inclusive uma versão moderna do “autoritarismo democrático” que tem como principal alvo não as organizações terroristas em sia mas sim os grupos insubmissos e insurgentes que se opõem a las políticas globalizadoras e neoliberais em certas regiões do mundo.

A crise será longa…

Outra constatação importante: os países ricos continuam padecendo pelas consequências do terremoto econômico-financeiro que foi crise de 2008. Pela primeira vez, a União Europeia vê sua coesão e até a sua existência sob ameaça – situação confirmada pelo “brexit”. Na Europa, a crise econômica durará ao menos uma década mais, ou seja, até pelo menos 2025…

As crises, em qualquer setor, acontecem quando algum mecanismo deixa de atuar como o esperado, começa a ceder, até que se quebra. Essa ruptura impede que o conjunto das máquinas continue funcionando. É o que está ocorrendo na economia mundial desde que estourou a crise do subprime, em 2007-2008.

As repercussões sociais desse cataclismo econômico têm sido de uma brutalidade inédita: 23 milhões de desempregados na União Europeia e mais de 80 milhões de pobres… Os jovens em particular são as vítimas principais; gerações sem futuro. Mas as classes médias também estão assustadas, porque o modelo neoliberal de crescimento as abandona à margem do caminho.

A velocidade da economia e do mercado financeiro hoje é como a de um relâmpago, enquanto a velocidade da política se parece à de um caracol, para melhor comparação. É cada vez mais difícil conciliar tempo econômico e tempo politico. E também crises globais e governos nacionais. Tudo isso provoca nos cidadãos sentimentos de frustração e angústia.

A crise global produz vencedores e perdedores. Os vencedores se encontram, essencialmente, na Ásia e nos países emergentes, que não têm uma visão tão pessimista da situação como a dos europeus. Mas também há muitos “vencedores” entre os países ocidentais, cujas sociedades se encontram fraturadas pelas desigualdades entre ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.

Na verdade, esses países não estão suportando uma só crise, mas sim uma soma de crises mescladas tão intimamente umas com as outras que não conseguimos distinguir entre causas e efeitos. Os efeitos de umas são as causas de outras, formando assim um verdadeiro sistema de crises. Ou seja, enfrentamos uma autêntica crise sistêmica do mundo ocidental, que afeta a tecnologia, a economia, o comércio, a política, a democracia, a identidade, a guerra, o clima, e meio ambiente, a cultura, os valores, a família, a educação, a juventude, etc.

Do ponto de vista antropológico, estas crises estão se traduzindo num aumento do medo e do ressentimento. As pessoas vivem em estado de ansiedade e de incerteza. Voltam a estar presentes os grandes pânicos diante de ameaças indeterminadas, como a da perda do emprego, dos eletrochoques tecnológicos, das consequências da biotecnologia, das catástrofes naturais, da insegurança generalizada… Tudo isso configura um desafio para as democracias. Porque esse terror se transforma às vezes em ódio e em repúdio. Em vários países europeus, e também nos Estados Unidos, esse ódio se dirige hoje contra o estrangeiro, o imigrante, o refugiado, o diferente. A ojeriza contra os chamados “outros” (muçulmanos, latinos, ciganos, subsaarianos, indocumentados, etc) vem crescendo e fomentando os partidos xenófobos e a extrema direita.

Decepção e desencantamento

É preciso entender que, desde a crise financeira de 2008 (da qual ainda não saímos), já nada é igual em nenhum lugar do mundo. Os cidadãos estão profundamente desencantados. A própria democracia como modelo vem perdendo sua credibilidade. Os sistemas políticos foram sacudidos até as raízes. Na Europa, por exemplo, os grandes partidos tradicionais estão em crise. E em todos os lugares e possível perceber o avanço das agrupações de extrema direita (na França, na Áustria e nos países nórdicos) ou de partidos antissistema e anticorrupção (na Itália e na Espanha). A paisagem política foi radicalmente transformada.

Esse fenômeno chegou aos Estados Unidos, um país que já viveu uma onda populista devastadora, em 2010, protagonizada então pelo chamado Tea Party. A candidatura do multimilionário Donald Trump para ocupar a Casa Branca prolonga aquela onda e configura uma revolução eleitoral que nenhum analista poderia prever. Embora persista, em aparência, a velha dicotomia entre democratas e republicanos, a ascensão de um candidato tão heterodoxo como Trump constitui um verdadeiro sismo. Seu estilo direto, bonachão, seu discurso maquiado e reducionista, apelando aos baixos instintos de certos setores da sociedade, deram a ele um caráter de autenticidade aos olhos dos mais decepcionado eleitores da direita.

Vencedor das primárias do Partido Republicano, Trump soube interpretar o que poderíamos chamar de “rebelião das bases”. Melhor que ninguém, ele percebeu que, por um lado, existe a fratura cada vez mais ampla entre as elites políticas, econômicas, intelectuais e midiáticas, e por outro, uma quebra na base do eleitorado conservador. Seu discurso violentamente crítico à burocracia de Washington, aos meios de comunicação e a Wall Street seduz particularmente os eleitores brancos, pouco cultos e empobrecidos pelos efeitos da globalização econômica.

Sismos e mais sismos

Neste sentido, poderíamos dizer que outra grande característica do Novo Sistema Mundial são os sismos. Sismos financeiros e monetários, sismos climáticos, sismos energéticos, sismos tecnológicos, sismos sociais, sismos geopolíticos – como o restabelecimento de relações entre Cuba e Estados Unidos, ou, em outro sentido, o recente golpe de Estado institucional no Brasil, contra a presidenta Dilma Rousseff. Sem esquecer dos sismos eleitorais, como a vitória do “Não” aos acordos de paz no plebiscito realizado na Colômbia, além do “brexit” no Reino Unido, ou o sucesso da extrema direita na Áustria, ou a derrota de Angela Merkel em várias eleições parciais na Alemanha. Ou o enorme sismo eleitoral que poderia constituir efetivamente a eventual vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, em novembro.

Acontecimentos imprevistos que surgem com força, sem que ninguém, ou quase ninguém, possa se prevenir. Há uma falta de visibilidade geral. Se governar é prever, vivemos uma evidente crise de governança geral. Em muitos países, o Estado que protegia os cidadãos deixou de existir. Há uma crise da democracia representativa: “não nos representam!”, diziam os “indignados”. As pessoas reclamam que a autoridade política volte a assumir o seu papel de condutor da sociedade. Se insiste na necessidade de reinventar a política e de fazer o poder político entender que precisa colocar freios ao poder econômico e financeiro dos mercados.

Internet, a ciberespionagem e a ciberdefesa

O Novo Sistema Mundial também se caracteriza pela multiplicidade de rupturas estratégicas cujo significado às vezes não compreendemos. Hoje, a Internet é o vetor da maioria das mudanças. Quase todas as crises recentes têm alguma relação com as novas tecnologias da comunicação e da informação, com a desmaterialização e a digitalização generalizadas e com a propagação das redes sociais. Mais que uma tecnologia, a Internet é um ator fundamental das crises. Basta recordar o rol cumprido por WikiLeaks, Facebook, Twitter e as demais redes sociais na aceleração da difusão de informação, e também na conectividade social através do mundo.

Até 2030, no Novo Sistema Mundial, algumas das maiores coletividades do planeta já não serão países e sim comunidades congregadas e vinculadas entre si pela Internet e pelas redes sociais. Por exemplo, “Facebooklândia”, com mais de um bilhão de usuários, ou “Twitterlândia”, com mais 800 milhões. Espaços cuja influência no jogo de tronos da geopolítica mundial, poderia ser decisiva. Hoje, as estruturas de poder se mostram cada vez mais obsoletas aos olhos de um público com acesso às novas redes e ferramentas digitais.

Por outro lado, a estreita cumplicidade entre algumas grandes potências e as grandes empresas privadas que dominam as indústrias da informática e das telecomunicações, a capacidade em matéria de espionagem de massas cresce também de forma exponencial. As megaempresas, como Google, Apple, Microsoft, Amazon e Facebook estabeleceram estreitos laços com o aparato do Estado em Washington, especialmente com os responsáveis pela política exterior. Essa relação se tornou evidente. Compartilham as mesmas ideias políticas e idêntica visão do mundo. Em última instância, esses estreitos vínculos e a visão comum do mundo, por exemplo, entre a Google e a administração estadunidense, estão a serviço dos objetivos da política exterior dos Estados Unidos.

Se trata de uma aliança sem precedentes: Estado, aparato militar de segurança e indústrias gigantes da web. Criaram um verdadeiro império da vigilância, cujo objetivo claro e concreto é manter a Internet sob constante observação, toda a Internet e todos os internautas, como foi denunciado por Julian Assange e Edward Snowden.

O ciberespaço se transformou numa espécie de quinto elemento. O filósofo grego Empédocles sustentava que nosso mundo estava formado por uma combinação de quatro elementos: terra, ar, água e fogo. Porém, o surgimento da Internet, com seu misterioso “interespaço” superposto ao nosso, formado por bilhões e bilhões de intercâmbios digitais de todo tipo, por seu roaming, seu streaming e seu clouding, engendrou um novo universo, de certo modo quântico, que completa a realidade do nosso mundo contemporâneo como se fosse um autêntico quinto elemento.

Neste sentido, é preciso destacar que cada um dos quatro elementos tradicionais constitui, historicamente, um campo de batalha, um lugar de confrontação. E que os Estados vem tendo que desenvolver componentes específicos das forças armadas para cada um destes elementos: para a terra, o exército de terra; para o ar, o exército do ar (aeronáutica); para a água, o exército da água (marinha); e, num carácter mais singular para o fogo, os “guerreiros do fogo” (bombeiros). De forma natural, como aconteceu com a criação da aviação militar – entre 1914 e 1918 –, todas as grandes potências estão conformando hoje, juntos com os exércitos tradicionais e os combatentes do fogo, um novo exército cujo ecossistema é o quinto elemento: o ciberexército, encarregado da ciberdefensa, que tem suas próprias estruturas orgânicas, seu Estado maior, seus cibersoldados e suas próprias armas: supercomputadores preparados para defender as ciberfronteiras e enfrentar a ciberguerra digital, no âmbito da Internet.

Uma mutação do capitalismo: a economia colaborativa

Trinta anos depois da expansão massiva da web, os hábitos de consumo também estão mudando. Pouco a pouco, está se impondo a ideia de que a opção mais inteligente hoje é a de usar algo em comum, e não necessariamente comprá-la. Isso significa abandonar aos poucos uma economia baseada na submissão dos consumidores e no antagonismo ou na competição entre os produtores, e passar a uma economia que estimula a colaboração e o intercâmbio entre os usuários de um bem ou um serviço. Tudo isto planteia uma verdadeira revolução no seio do capitalismo, que está bem diante dos nossos narizes, uma nova mutação.

É um movimento irresistível. Milhares de plataformas digitais de intercâmbio de produtos e serviços estão se expandindo a toda velocidade. A quantidade de bens e serviços que podem ser alugados ou intercambiados através de plataformas online, sejam elas pagas ou gratuitas, já é literalmente infinita.

A nível planetário, esta economia colaborativa cresce atualmente entre 15% e 17% ao ano. Com alguns exemplos de crescimento absolutamente espetaculares. Um exemplo conhecido é o Uber, a aplicação digital que conecta passageiros e motoristas, que tem somente cinco anos de existência e já vale 68 bilhões de dólares, e opera em 132 países. Por sua parte, Airbnb, a plataforma online de alojamentos para particulares, surgida em 2008, já encontrou camas para mais de 40 milhões de viajantes, e vale hoje mais de 30 bilhões de dólares – significa que, sem ser proprietária habitação nenhuma, a empresa já vale mais que os grandes grupos Hilton, Marriott ou Hyatt.

Outro aspecto fundamental que está mudando – e que foi nada menos que a base da sociedade de consumo –, é o sentido da propriedade, o desejo de possessão. Adquirir, comprar, ter, possuir eram os verbos que melhor traduziam a ambição essencial de uma época na qual o ter definia o ser. Acumular “coisas” (casas, carros, geladeiras, televisores, móveis, roupa, relógios, livros, quadros, telefones, etc) constituía, para muitas pessoas a principal razão da existência. Parecia que, desde o início dos tempos, o sentido materialista de posse era inerente ao ser humano.

A economia colaborativa constitui um modelo econômico baseado no intercâmbio e na comunhão de bens e serviços, mediante o uso de plataformas digitais. Se inspira nas utopias do compartilhamento e em valores não mercantis, como a ajuda mútua ou a convivialidade, e também no espírito de gratuidade, mito fundador da Internet. Sua ideia principal é: “o que é meu é seu”, ou seja compartilhar em vez de possuir. O conceito básico é a troca. Se trata de conectar, por via digital, aqueles que buscam “algo” com aqueles que oferecem esse algo. As empresas mais conhecidas desse setor são Uber, Airbnb, Netflix, Blabacar, etc.

Muitos indícios nos levam a pensar que estamos assistindo o ocaso da segunda revolução industrial, baseada no uso massivo de energias fósseis e em telecomunicações centralizadas. Assistimos o surgimento de uma economia colaborativa que obriga o sistema capitalista a mutar.

Por outra parte, num contexto em que as mudanças climáticas se tornam a principal ameaça à sobrevivência da humanidade, os cidadãos não desconhecem os perigos ecológicos inerentes ao modelo de hiperprodução e de hiperconsumo globalizado. Também nesse sentido, a economia colaborativa oferece soluções menos agressivas para o planeta.

Num momento como o atual, de forte desconfiança sobre o modelo neoliberal e as elites política, financeira, midiática e bancária, a economia colaborativa parece entregar respostas a muitos cidadãos em busca de sentido e de ética responsável. Exalta valores de ajuda mútua e boa vontade para dividir recursos, critérios que, em outros momentos, foram a argamassa das teorias comunitárias e de ambições socialistas. Porém, que ninguém se equivoque, pois hoje elas são o roto de um capitalismo mutante, que deseja se afastar da selvageria do impiedoso período ultraliberal.

Nossa bússola também nos mostra como a aparição de tensões entre os cidadãos e alguns governos, em dinâmicas que vários sociólogos qualificam como “pós-políticas” ou “pós-democráticas”… Por um lado, a generalização do acesso à Internet e a universalização do uso das novas tecnologias permitem à cidadania alcançar altas quotas de liberdade e desafiar os representantes políticos (como durante a crise dos “indignados”). Ao mesmo tempo, essas mesmas ferramentas eletrônicas proporcionam aos governos, como já foi dito acima, uma capacidade sem precedentes para vigiar os seus cidadãos.

Ameaças não militares

“A tecnologia – como analisa um relatório recente da CIA – continuará sendo o grande nivelador, e os futuros magnatas da Internet, como poderia ser o caso dos donos de Google e Facebook, possuem montanhas inteiras de bases de dados, e manejam muito mais informações que qualquer governo, e em tempo real”. Por isso, a CIA recomenda à administração dos Estados Unidos que faça frente a essa ameaça eventual das grandes corporações de Internet, ativando o Special Collection Service, um serviço de inteligência ultrassecreto, administrado conjuntamente pela NSA (sigla em inglês da Agência Nacional de Segurança) e pelo SCE (Serviço de Elementos Criptológicos) das Forças Armadas, especializado na captação clandestina de informações de origem electromagnética. O perigo de que um grupo de empresas privadas controle toda essa massa de dados reside, principalmente, em que poderia condicionar o comportamento da população mundial em grande escala, e que inclusive das entidades governamentais. Também se teme que o terrorismo jihadista seja substituído por um ciberterrorismo ainda mais poderoso.

A CIA toma tão em sério este novo tipo de ameaça que considera que, finalmente, o declínio dos Estados Unidos não foi provocado por uma causa exterior, mas sim por uma crise interna: a quebra econômica a partir dos anos de 2007 e 2008. O informe insiste em dizer que a geopolítica de hoje deve se interessar por novos fenômenos que não possuem necessariamente um carácter militar. As ameaças militares não desapareceram, mas alguns dos perigos mais importantes rondam as nossas sociedades hoje são de ordem não militar: crise climática, mutação tecnológica, conflitos econômicos, crime organizado, guerras eletrônicas, esgotamento dos recursos naturais…

Sobre este último aspecto, é importante saber que um dos recursos que está se esgotando mais aceleradamente é a água doce. Em 2030, 60% da população mundial terá problemas de abastecimento de água, dando lugar ao surgimento de “conflitos hídricos”. Com respeito ao petróleo e o gás natural, graças às novas técnicas de fraturação hidráulica, a exploração dessas matérias-primas energéticas está alcançando níveis excepcionais. Os Estados Unidos já são quase autossuficientes em gás, e em 2030 poderia ser também autossuficiente em petróleo, o que tende a abaratar seus custos de produção de manufaturas, impulsar a relocalização de suas indústrias. Mas se os Estados Unidos – principal importador atual de hidrocarburetos – deixa de importar petróleo, podemos prever então uma queda no preço do barril. Quais serão as consequências disso para os grandes países exportadores?

O triunfo das cidades e das classes médias

No mundo para o qual caminhamos, 60% das pessoas viverão nas grandes cidades, algo inédito na história da humanidade. As consequências da redução acelerada da pobreza, as classes médias serão dominantes e triplicarão de tamanho, passando de um bilhão a três bilhões de pessoas. Isto em si já seria uma revolução colossal, e deixará como sequela, entre outros efeitos, uma mudança geral nos hábitos culinários e, em particular, um aumento do consumo de carne a escala planetária, o que agravará a crise meio ambiental.

Em 2030, seremos 8,5 bilhões de habitantes no planeta, mas o aumento demográfico cessará em todos os continentes, menos na África, com o conseguinte envelhecimento geral da população mundial. O vínculo entre o ser humano e as tecnologias protésicas estimulará a invenção de novas gerações de robôs e a aparição de “super homens”, capazes de proezas físicas e intelectuais inéditas.

O futuro é muito poucas vezes previsível. Por isso, é preciso deixar de imaginá-lo em termos de prospectiva. Devemos nos preparar para atuar em diferentes circunstâncias possíveis, das quais somente uma se tornará realidade. A geopolítica é uma ferramenta extremamente útil. Nos ajuda a tomar consciência das rápidas evoluções em curso e a refletir sobre a possibilidade de que cada um de nós pode intervir de alguma forma, e propor um rumo. Para se tentar construir um futuro mais justo, mais ecológico, menos desigual e mais solidário.

* Doutor em semiologia, professor emérito da Universidade de Paris e diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol. Autor do livro “El Imperio de la Vigilancia”, entre outros.

Tradução: Victos Farinelli - Créditos da foto: Reprodução